Para pensar!
Histórias de minha vida...
1ª-Parte
Tudo começou assim:
O meu nascimento aconteceu em 10 de abril de 1959 as 2:00 horas da manhã num pequeno vilarejo de nome Muritiba localizada ao sul do estado do Espírito Santo. E, foi neste vilarejo que passei uma boa parte da minha infância juntamente com meu pais Leonor José da Silva, um senhor de estatura média, cor branca de olhos azuis e calvo e simpático e meio arredio e minha mãe Almerinda Pereira de Figueiredo,uma morena muito bonita, tinha os cabelos negros e longos e se parecia com uma índia .Tinha o meu irmão Antônio ainda muito pequeno. Eu sou a primeira filha da família. Minha mãe disse que eu nasci uma garota saudável e muito graciosa. Ainda pequena fui batizada na igreja católica desta vila onde meus avós maternos foram os meus padrinhos. Meu pai queria que o meu nome fosse Marinalva, mas, o meu avó disse que esse era o nome de uma cachaça e logo meu avó colocou meu de Maria do Carmo e recebi o apelido de Carminha. Toda Maria do Carmo é chamada por este apelido. Também fui consagrada pela minha tia Aurentina irmã de minha mãe neste mesmo período.
Quando ainda pequena meus pais resolveram mudar-se para uma outra cidade de nome Portel na Bahia, onde passamos alguns tempos vivendo em uma pequena fazenda que teve o nome de Bela Vista. E, foi neste lugar que minha mãe deu a luz para minha irmã, sua terceira filha que recebeu o nome de Maria Valdecir e minha mãe com oito dias de resguardo desta minha irmã, passou um grande susto por minha causa.Minha mãe disse que quando ela sentiu a minha falta, perguntou para sua amiga Quelemencia que naquele momento lhe auxiliava com os afazeres domésticos de casa,onde eu estava e pediu a ela que fosse procurar por mim ao redor da chácara ás proximidades da casa.Mas, já era noite e estava relampejando , trovejando por todos os lados e parecia que ia chover. Enquanto isso, nada de me encontrarem porque estava muito longe da casa.Meu primo Alicio que morava conosco e que na época tinha uns 12 anos de idade e por pedido de minha mãe tinha ido para o campo fazer coleta de lenha pedaços de madeira para usar no fogão para a comida e uso doméstico em geral da casa. Segundo a minha mãe disse que tudo isso aconteceu numa bela tarde de sábado de outono,período em que as pessoas se preparavam para fazer o plantio de agricultura .Também haviam muitas queimadas da pastagem ao longo das fazendas da região. Mas enquanto isto, eu o segui sem que Alicio podesse ver – me pois caminhava ao longo do caminho sozinho e não percebeu que tivesse alguém o seguindo.Porém, Alicio fez a coleta da lenha e voltou logo em seguida para casa por causa da chuva que tinha começado e minha mãe perguntou para meu primo se eu tinha ido com ele,mas Alicio respondeu que não.Minha mãe, respondeu,como pode, ela não esta aqui brincando com o irmão Antônio e sua irmã Tereza, como era de costume. Meu pai não estava em casa,pois tinha ido para casa de um vizinho no momento em que ocorria isto. Então, a minha mãe disse; vão procurar por ela, pois a Quelemeça já deu uma olhada por aqui e não a encontrou e com certeza ela seguiu o Alicio quando foi apanhar lenhas no campo.Minha mãe disse que mesmo não podendo ir longe começou a chamar-me Carminha,onde você esta minha filha,apareça pelo amor de Deus. E, naquele momento meu pai tinha chegado e ficou sabendo da noticia e foram os três me procurar e levou junto o cachorro de estimação que tinha em casa chamado pelo nome de Dragão. Quando Alicio e meu pai me chamava e procurava por mim, daqui e dali e já estavam quase desolados foi quando começaram a ouvir os latidos do cachorro perto de um grande rio de nome Rio dos Patos e foram lá correndo e quando chegou no lugar onde o cachorro estava latindo me encontraram na beira do rio toda molhada, quietinha e sem falar uma palavra por que talvez estava morrendo de frio, com medo e sentindo – se desprotegida naquele momento.Mas meu pai pegou – me nos seus braços e correram juntamente com o Alicio e o cachorro voltaram para casa e todos ficaram aliviados e felizes por não ter acontecido uma tragédia comigo naquele momento,e também muito agradecidos por Deus ter cuidado e me salvado deste trágico momento,que poderia ter morrido e ao cachorro dragão que também foi um grande herói pois ficou latindo ás margens do rio e facilitou que todos me encontrassem viva.(Alicio vive em Vitória com sua mãe Inácia e irmãos). A casa onde morava tinha um quintal enorme cheio de frutas, muitas flores e animais como galinhas, patos,porcos,galinha de angola e o cachorro dragão e um papagaio que chamava pelo meu nome,cantava e muitas outras coisas que minha mãe pedia para ele repetir . No quintal tinha uma cisterna com água límpida e cristalina para beber, tomar banho, cozinhar, lavar roupas, louças e fazer a limpeza em geral da casa . A vila foi crescendo ao redor de nossa casa e perto de nós tinha alguns vizinhos que tinham crianças que brincavam comigo quase todos os dias pelo canavial do quintal de nossa casa onde chupávamos cana -de –açúcar,comíamos goiaba,chupávamos laranja,tangerina,tomávamos água de coco. Desta época, eu só me lembro do nome de duas amiguinhas Lúcia e Rosário e um amiguinho que brincava junto conosco,mas que não me o nome,mas o nome de sua mãe era Domingas e do pai Sinézio. Com seis anos mudamos novamente para Muritiba. Nesse lugar fomos morar com os avôs paternos que eram chamados de Estavam e Antonia,e ( nesta mesma época este meu avô morreu queimado enquanto trabalhava no campo eu não tenho lembranças dele). E logo meus pais construíram uma casa onde toda a sua estrutura foi feita de madeira e barro amassado com os pés. A casa ficou pronta e rapidamente passamos a conviver nela. Ao redor da casa tinha muitas pedras, algumas grandes e outras pequenas, e eu gostava muito de brincar nelas. Neste período tudo era lindo, porque eu e meus irmãos éramos ainda muito crianças mais muito felizes, apesar de meu pais terem recebido uma boa herança de meus avós maternos e paternos,não tínhamos quase nada,pois meu pai não soube cuidar bem de seus negócios, ai ficamos ao julgo da sorte e continuava recebendo ajuda dos parentes,pois meu pai não se fixava em nenhum lugar,quando começávamos se adaptar lá vinha ele querendo mudar.Mas ficamos uns dois anos neste lugar e minha mãe ficou grávida de sua terceira filha que recebeu o nome d e Maria Valdecir.Assim, a vida continuava e ali e ficamos muito contentes.Do outro lado do caminho tinha um rio onde tomávamos banho e pescava peixes e ao redor tinha um pântano onde tinha plantações de arroz e tinha muitas sanguessugas que nos sungava o sangue de nossas pernas quando passávamos por lá e eu chorava de medo daqueles animais asquerosos. Diziam os mais velhos que elas sungavam o sangue ruim que tínhamos em nosso corpo. Um pouco mais distante tinha uma pedra era enorme e perto dela morava meu tio Delcidio com sua família. Este meu tio morreu uns anos atrás. A nossa casa ficava perto da casa de minha avó paterna e que era muito bom tê-los perto de nós. Mas, o que eu e meus irmãos gostava mesmo de fazer era ir sempre que podíamos para casa dos nossos avós maternos que eram muitos legais conosco, e ficava distante de nossa casa uns dois kilometros pois eram lá que todos os seus filhos e netos se reuniam para celebrarem todas as festas durante o ano. Os meus avós maternos João e Maria eram grandes fazendeiros da naquela época.Meu avó João foi dono de um grande loja de tecidos e outros utensílios domésticos, Foi juiz de paz , uma pessoa muito legal , generoso que gostava de ajudar a todos que necessitassem de sua ajuda.Com meu sete anos aconteceu um problema com meu pai e, ele foi obrigado a sair as pressas de Muritiba, e mais tarde pediu que a minha mãe fosse embora conosco para cidade onde ele estava e que se chamava Pinheiro uma cidade linda maravilhosa.Isto foi no ano de 1965 que mudamos para Pinheiros fomos morar em uma rua que chamava de rua do motor porque ficava perto do lugar onde estava o motor que iluminava a cidade e nossa casa ficava na parte mais alta que também era chamada rua da ladeira. Mais tarde minha avó Antônia mudou com suas filhas Maria e Tor e seu Neto José filho de Maria com Santo hoje também já mortos.Essas duas tias foram embora para Belo horizonte e mais tarde ficamos sabendo que a tia Maria tinha morrido por causa de Tuberculose e nunca soubemos noticias de tia Tór,gostaria muito de poder encontrar com algum dia desses.Nesta cidade a minha infância foi linda, pois foi neste período em que comecei os meus estudos,apesar de está um pouco atrasada e repeti dois anos na mesma série. No restante do tempo ajudava minha mãe com os afazeres de casa e nos momentos vagos brincava com meus irmão e colegas andava por toda a cidade.Meu pai comprou uma fazendas,mas logo vendeu esta uma e comprou outra,mas que não durou muito e trocou ela por uma casa em outra rua e ficou recebendo restante do dinheiro em parcelas até que acabou. Neste período comprou um quiosque onde vendia cachaça e alguns poucos produtos e que não durou muito, por que meu pai não tinha vocação para administrar comércio,logo desfez dele e foi trabalhar como ajudante em uma fabrica ,mas logo deixou o trabalho e voltou para outro quiosque.Nada deu certo,pois meu pai bebia muito bebidas alcoólicas e assim não produzia em quase nada em sua vida.O meu avó João foi visitar minha mãe.Ele viajou uma semana montado no lombo de um cavalo preto muito bonito.Ele estava tão alegre por encontrar com minha mãe e os netos.Todos nós o amavam.No mesmo ano ele morreu por causa de problemas em seu coração sozinho,quando dormia em uma cama de hotel, onde ficou hospedado para no outro dia ir consultar com um médico.Meus tios foram buscar a minha.Eu com meu pai e irmão não fomos em seu velório. Em 1968 minha querida tia Terezinha irmã caçula de minha mãe veio nos visitar e me levou com ela novamente para Muritiba.Um ano depois meu pai voltou também para Muritiba e fomos morar na fazenda de minha avó Maria e que era uns quatro kilometros de distância da vila. Todos nós ajudava nossos pais com trabalho da roça e cuidava dos serviços de casa como buscar lata de água no rio,lavar louças e roupas também no rio, e fazia o jantar todo dias quando voltava da escola que era na vila Muritiba.Mas de vez em quando ia pesca com meus irmãos e com amiga Dete e sua irmã .Eu mergulhava para tirar os cascudos das locas de pedras ou buracos que tinha no fundo do rio e também pescava com anzol.Pegávamos muita piabas que comíamos fritas com feijão e guisado de abóbora e quiabo.Um belo dia minha e meu pai estava fazendo farinha de mandioca numa tenda do tio João.Minha mãe deixou que eu fizesse a janta e dito e feito.Fiz tudo que mãe tinha pedido.Terminou tudo coloquei nas marmitas eu fui levar para eles jantar,mas foi uma má sorte deixei as marmitas cair e derramou toda comida na terra e todos ficaram sem comer a janta,pois nada pode fazer além de comer farinha com café e ficaram á noite toda com fome.Ficaram muitos chateados mais nada pode fazer.Apesar de tudo,conviver ali foi legal, aos domingos íamos todos para casa de minha em Muritiba junto com os outros primos que também moravam perto de onde morávamos.Era uma alegria só,pois íamos domingos para assistir a missa e catequese.Minha avó fazia comida e biscoitos gostosos para todos comer e era uma delícia.Meu pai ficou muito doente e minha mãe e nós tivemos que trabalhar em dobro para tirar o sustento de cada dia e minha mãe ainda tinha que cuidar do meu pai,porque ele não conseguia andar pois ficou seis paralítico.mas a graça de Deus foi tão grande que ele foi curado e no ano seguinte quis vim morar no Pará.Minha mãe não queria vim com ele,mas ele falou para minha mãe que se caso ele não viesse,ele iria morrer.Com essa chantagem minha mãe aceitou.Então,10 de Janeiro de 1971, mudanças para o Estado do Pará. Levamos uma semana viajando num caminhão que recebia o nome de pau de arara e sofremos tanto nesta viagem. Saímos do Estado do Espírito Santo, e fomos passando por vários estados tais como; Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Maranhão. Quase todo o percurso foi feito pela rodovia Belém – Brasília, mas dia depois chegamos ao Pará e no km zero que era por onde continuaríamos a viagem por outra rodovia que era chamada de PA 70 e que hoje é conhecida por Br.222 , que passamos por Rondon do Pará, e finalmente chegamos no Pará numa pequena vila chamada Abel Figueiredo,onde deixamos umas famílias que vieram junto conosco como exemplo meu tio Joaquim e família,o primo de minha mãe Dezico e família e nós fomos 30 kilometros pela frente na rodovia PA 70 e entramos mais 10 kilometros mata a dentro para morar em uma fazenda do tio Branco esposo de tia Aurentina irmã de minha mãe e ficamos lá mais de uma ano e voltamos novamente para Abel Figueredo...
Histórias de minha vida
Num belo domingo do mês de julho, eu juntamente com os primos e seus amigos decidimos ir para a praia de Jones Beach em New York City. Dirigindo por um bom pedaço dentro da cidade de Nova York, meu primo não conseguiu encontrar a saída para chegarmos até á praia e foi aí então, que resolvemos ir visitar a Estátua da Liberdade na ilha por nome Manhattan tirando fotografias e logo voltamos para apreciar as ruas e pontos turísticos de New York, a cidade que nunca para de funcionar. Passamos perto do Financial Central na Wall Street, a Times Square, Avenida das Américas, Little Italy, Chinatown, Empire State o prédio mais alto da cidade e o maior do mundo. Subimos nele e vimos à bela vista e os vários ângulos de Nova York. Depois de ficarmos horas caminhando pelas ruas e pontos turísticos da cidade, fizemos uma parada e fomos fazer um rápido lunch e voltamos novamente para a Avenida Wall Street, onde ficamos olhando as lojas e, enquanto isto por alguns minutos me deu contas que estava perdida no meio de uma multidão de pessoas num imenso quarteirão da Wall Street. Olhei para um lado e outro, mas não consegui ver ninguém do grupo. Andei até o fim do quarteirão em que estava, mas tive uma sensação de medo e cuidados para não ultrapassar para o outro lado da rua e voltei para trás e fiz uma oração e pedi para que me Deus me mostrasse alguém do grupo e ao terminar com a oração e felizmente para minha alegria e alivio, eu vi a Penha,esposa de meu primo,corri e dei um abraço nela.Deus ouviu as minhas preces e não deixou que eu ficasse perdida em New York que não seria nada fácil para encontrar com os amigos, principalmente à noite era pior, por não falar Inglês quase nada.Naquele momento fomos nos encontrando e mais a frente estava o Rodrigo procurando também a sua mãe que tinha afastado do grupo,mas ela estava salva do outro lado do quarteirão pela felicidades de todos nós.E, já era tarde resolvemos voltar para Danbury depois de um final de dia lindo e cheio de supresas agradáveis e inesquecível que ficarão guardadas em meu coração para sempre.
Histórias de minha vida...
Caminhos Perdidos
A história de Carminha
Um dia como era de costume, eu, então com 19 anos sai com seus quatro irmãos mais novos, Antônio, Teresa, Valda e Almir para catar castanhas na mata.Mas, aquele não foi um dia tão comum como os outros...
O ano era 1979, no dia 28 mês de outubro, eram umas duas horas da tarde mais ou menos. quando eu e meus irmãos sabiam o que tinham de fazer: catar o máximo de castanhas possíveis para poderem vender, já que isso ajudava muito dentro de casa, e irem embora antes de anoitecer, pois sabiamos que a mata durante à noite não era nada agradável.
Apesar das dificuldades que enfrentavam na vida sofrida da roça, vindo de um pai que passava dificuldades e que nem sempre estava tão presente como gostaria. Eu tinha uma vida feliz apesar de trabalhar muito duro ajudando meus pais, mas o que eu queria muito mesmo era ser alguém na vida, por isso, queria vender a castanha - do - Pará e, ter o dinheiro para poder sair de onde morava para poder estudar e, isto, era o seu maior sonho. Naquele dia em especial, eu, estava um tanto distraída cantando e assobiando quando meus irmãos me chamaram para ir de volta para casa e então, eu falei a eles que poderiam irem andando que eu já estava indo também.Mas,quando eu percebi, meus meus irmãos já tinham ido embora, pensando que eu estava indo atrás deles.Quando chegaram em casa sentiram – se pela minha falta.Enquanto isto, eu demorei por demais e acabei ficando sozinha na floresta e foi ai que me dei conta que estava perdida e não conseguia achar o caminho de volta e já era uma 5 horas da tarde, começou a chover e, eu fiquei apavorada,corria de um lado para outro chorando e gritando por meus irmãos por muitas vezes.O pior de tudo isso, foi eu não ter ficado parada no mesmo lugar esperando pelos meus pais e irmãos que viriam buscar – me. Mas não,eu saltei o caminho do lado direito no sentido oposto vindo para casa, e continuei a correr feito uma louca pela floresta adentro. Nesta tarde chovia muito, e não percebia que ia ficando cada vez mais longe de casa. Meus familiares voltaram para me procurar e não conseguiram encontrar – me. Ao notar que eu estava ali, naquela mata escura e sozinha, o frio percorrer pelo meu corpo e o medo a tomar conta de mim. Senti – me frágil, desprotegida e comecei a orar e a pedir a Deus que me protegesse de tudo e qualquer mal.
As horas foram passando e eu continuei andando, e procurando um lugar para me abrigar. Já com frio e com muita fome olhei para um lado e por outro para encontrar um bom local para se proteger, tentei subir em algumas árvores, mas, não consegui ficar nelas de tão ruim que era, eu descia.O Máximo que consegui foram muitos arranhões pelos meus braços e pernas e já desesperada eu vi uma grande árvore com umas raízes enormes e comecei a limpar perto dela para que eu podesse ficar e descansar por ali mesmo e já estava anoitecendo.Então, sentei – me no chão desolada pensando como eu ia fazer a noite toda sentada perto daquela árvore.Eu tinha em minha mãos um saco de pano e um facão castanheiro que era usado para cortar os ouriços da castanha - do - Pará. Começei a chorar, senti-me triste demais para fazer qualquer outra coisa e fiquei ali sobre as folhas caídas das árvores por um bom tempo.
Enquanto isso, em minha casa, ou seja,na casa dos meus pais com certeza minha mãe Almerinda, meus irmãos Antonio, Tereza, Valda e meu pai Leonor estavam desesperados a minha procura. Mas ficou de noite e não puderam continuar, exceto minha mãe que segundo ela disse que não queria voltar, mais continuar e ficou rodando pelos lugares tentando me encontrar.Meu pai disse que não dava mais para continuar, minha mãe continuou insistindo.
Meu corpo ardia por causa dos arranhões, dos mosquitos que zuniam em meus ouvidos e picavam meu corpo fazendo com que coçasse bastante.Pensado como ia ser dormir no chão perto daquela enorme árvore e derepente olhei para cima e vi uma árvore delgada com outras árvores menores ao seu lado e com algum esforço, eu subi no tronco da árvore até sua copa principal e fiquei alí sentada e rasgando um pedaço do saco que tinha comigo e me amarrei junto ao tronco da árvore para que eu não caísse de cima do tronco dentro do rio. Mas o facão eu deixei cair. Fiquei a noite toda com vontade de fazer pipi e não obtive coragem, pois tinha medo de fazer barulho. Neste dia eu estava usando uma saia e uma blusa verde. Tinha os meus cabelos castanhos, longos, lisos, sedosos e muito bonitos. Mas, eu não consegui dormir sequer um instante, só a possibilidade de uma onça aparecer para mim já era motivo suficiente para mante-me bem acordada. Coloquei os meus longos cabelos castanhos sobre o rosto pra se proteger do zunido e das picadas dos mosquitos e apesar do medo, da fome e das dores que sentia por todo meu corpo e dentro do estômago por ter chorado muito eu fiquei quietinha até o dia amanhecer.
Durante toda quase toda à noite meu pai e minha mãe e meus irmãos procuram – me sem ter a sorte de encontrar – me. Meu pai voltou e minha mãe Almerinda ficou surpresa por ver o marido deixar de procurar a filha naquele momento,mas ficou até mais tarde na tentativa de me encontrar. Desesperou-se com a possibilidade de ter acontecido algo pior comigo. Chateada com a desistência do marido na noite anterior,ela sai com a filha Teresa a caminho da casa de umas pessoas visinhas que moravam nas proximidades de sua casa.
Já cedo, eu desci do tronco e mais esperançosa de sair dali recomeçei a caminhada de volta. Muito cansada, com o corpo todo arranhado,doído e roupas rasgadas e sentindo-se um pouco fraca por ter ficado sem comer a algum tempo pensei estar tendo alucinações quando começei a ouvir umas vozes bem longe. Ao caminhar um pouco mais e passei a ouvir as vozes cada vez mais nitidamente e percebi que ali estava aminha salvação. Rapidamente corri na direção do que ouvia e viu uma grande clareira à minha frente, avistei umas pessoas conhecidas e suspirou aliviada por aquele momento e gritei por ajuda. Na casa dos conhecidos fui bem tratada por eles que me derão café da manhã e água.
Um pouco tempo depois chegado a casa dos conhecidos, ouvi as vozes de minha mãe e minha irmã Teresa, que tinham chegado a minha procura e tamanha foi a minha alegria que sai da casa direto para o abraço da minha mãe e irmã. Chorei copiosamente, mas fui consolada por mãe que dizia - me: “Chora não minha filha!”.
Passado todo o drama do reencontro, eu, minha mãe e irmã voltamos pra casa e o pai resolveram a festejar a minha volta com uma grande festa, onde a carne a ser assada era a dos inúmeros catitus que os homens tinha matado quando estava a minha procura e os recolheram no caminho de volta pra casa.
Algum tempo depois desse episódio, eu mudei da roça para morar na cidade de Abel Figueiredo-PA em busca dos meus sonhos que era o de estudar e queria também ser freira e fui morar com as minhas amigas freiras americanas Doroti e Rebecca e anos mais tarde eu me mudei pra Marabá para continuar com os meus estudos e por este motivo a minha mãe e irmãos se mudaram para Marabá para ficar comigo, onde com exceção do meu pai Leonor, do meu irmão Antônio que continuaram na roça...