De olhos aberto no trabalho escravo


Segundo Kevin Bales disse que é preciso refletir que,de fato, apesar de a escravidão ter sido oficialmente abolida no Brasil em 1888,como realidade social ela subsiste,principalmente nas áreas de "fronteira".Por fronteira,entedemos,neste momento,não principalmente os limites políticos do país,mas,principalmente,aquelas áreas mais afastadas dos principais centros econômicos e políticos.Apesar de a escravidão ser mais concentrada nas regiões Norte e Centro-Oeste,envolvem as demais regiões,como fornecedoras de mão-de-obra escrava,ou como áreas em que persistem também práticas escravistas. Apenas os estados da região Sul não apresentam dados significativos sobre práticas escravistas. Essas práticas estão presentes nos Cerrados(expansão da soja e do arroz),em fazendas de frutas e algodão no Nordeste,no Pará nas fazendas,serrarias e carvoarias,nas pequenas tecelagens do Brás e Bom Retiro,em São Paulo(neste caso,ligada,muitas vezes,à imigração ilegal de coreanos,chineses,africanos).
Para para que tenhamos uma compreensão mais concisa é preciso entendermos a diferença há entre a escravidão do séculos XVIII e XIX e a atual. É que, no período colonial, o escravo era uma "mercadoria" muito cara,por isso,representava um "investimento" por parte do fazendeiro,que,apesar da violência e dos maus tratos,procurava garantir,minimamente,a subsistência desses trabalhadores. Atualmente,devido ao grande contigente de desempregados e à concentração de terras nas mãos de poucos pessoas, esses trabalhadores são muito baratos e fartos:se um morrer ou adoecer,basta aliciar outro,pois temos um contingênte de pessoas desempregada a espera de um emprego.Por isso,na maioria das vezes,esses trabalhadores sequer se alimentam decentemente. Se,no período colonial,escravos eram principalmente negros e índios,atualmente, devido mais uma vez ao desemprego e à concentração de terras, há escravos de todas as matizes.Se, no período colonial,haviam um mercado onde as "peças" eram comercializadas,atualmente o aliciamento dos trabalhadores escravos faz-se por contratos verbais fraudulentos, e o estabelecimento de uma dívida permanente com os "gatos"(aliciadores) ou com os fazendeiros denominada"peonagem",ou servidão por dívidas,conforme relata Kevin Bales.

O passo a passo do aliciamento.

-devido à seca,à concentração de terras,aos elevados juros agrícolas,ao desemprego ou a tudo isso,o trabalhador migra em busca de emprego.

-ao ouvir rumores de possibilidades de trabalho,mesmo em lugares distantes,ele se desloca para lá(os maiores fornecedores de escravos atualmente no Brasil são os estados de Tocantins,Maranhão e Piauí.

-no caminho ou mesmo no destino,esses trabalhadores são verbalmente contratados pelos"gatos" e são encaminhados so local de trabalho.

-no local de trabalho,têm de pagar por tudo:transporte,alimentação,instrumentos para trabalho,remédios,o que for preciso para sua subsistência. Normalmente,o valor dos produtos é superfaturado, enquanto o trabalho dos"peões" é subfaturado.Raras vezes esses trabalhodores recebem em dinheiro o que fez durante sua permanência neste local. Na maioria das vezes,ao fazer o acerto,sobram mais dívidas que salário.Com isso,otrabalhador fica atrelado ao "gato"ou ao fazendeiro,mantendo o circulo vicioso. Por fim, o maior um dos motivos da existência da escravidão hoje persistir se dar em função da avareza econômica de muitos,que sempre quer mais e mais.Mas isto não o único motivo.Nossa ignorância e a empatia sobre a escravidão moderna encoraja os escravizadores.Essa ignorância é tanto da opinião pública quanto dos governos.Portanto,não devemos ficar omissos vendo tudo acontecer e não fazer nada.Devemos ficar de olhos abertos por que qualquer um de nós estamos sujeitos a serem escravo em nosso setor de trabalho de uma forma imperceptível.Mas de qualquer forma se ver alguma desse tipo acontecento perto de você denucie aos órgãos competentes,e assim podemos salvar as pessoas de se tornarem um trabalhador escravo.
Com o crescimento das denúncias de trabalho escravo e as sarsões comerciais importas aos países que utilizam esse tipo de trabalho,muitos novos escravos têm sido libertados em vários países,inclusive no Brasil.Todavia,como essa é uma atividade ilegal,permeada pela violência e pelo silêncio é provável que as ações fiquem muito aquém das necessidades. Para agravar o quadro é crescente a escravidão de crianças e adolescentes."Ligue e denucie para esse número se for em Marabá:(94)33221-2229 na CPT-Comissão Pastoral da Terra.
Texto baseado na entrevista do sociológo norte americano Kevin Bales

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